quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Circuito entre serras e águas oferece roteiros turísticos em 13 cidades


Publicamos mais uma reportagem da série especial destinos paulistas, produzida pela Secretaria de Turismo do Estado. O texto que segue foi preparado a partir de uma experiência que visa a divulgação e valorização de São Paulo, uma iniciativa que temos apoiado.

Texto: Raquel Ziskind

O Circuito entre Serras e Águas é um convite aos amantes de esportes de aventura, pesca, ecoturismo, gastronomia e turismo rural, pois oferece roteiros turísticos em 13 municípios que possuem uma diversidade turística como Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Guarulhos, Jarinu, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Tuiuti e Vargem.

A maioria das cidades que integra o Circuito compõe o Sistema Cantareira de abastecimento que fornece água para 57% da população da região metropolitana do Estado. Por pertencer à Serra da Mantiqueira, a região possui clima privilegiado e belos cenários propiciados pelas represas do Complexo Cantareira.

Localizados próximos à Capital, os municípios que integram o Circuito Entre Serras e Águas distam do centro de São Paulo entre 15 e 120km.

Atibaia - Conhecida como a Suíça Brasileira, Atibaia concentra uma das maiores produções de flores e morangos, segundo a UNESCO. A cidade se destaca pelas atividades voltadas ao turismo rural. Seus visitantes podem optar por seis circuitos, com passeios de lazer, contemplação, compras, gastronomia e pedagógicos, onde muito se aprende sobre apicultura, equinocultura, floricultura, fruticultura, e outras tantas formas de exploração de atividades rurais. Há ainda o passeio de Maria-Fumaça, cavalgadas, trilhas de caminhadas e ciclísticas, cavernas e orquidários. Também são típicos do município os bonsais, tapetes arraiolos, cerâmica e fábrica de doces portugueses.

Bom Jesus dos Perdões - A cidade de Bom Jesus dos Perdões oferece diversas cachoeiras, e locais tranquilos para caminhadas, com pássaros cantando, e um contato muito íntimo com a natureza. Para aqueles que gostam de esportes radicais, há ao lado a Pedra Grande, um local nacionalmente conhecido pelos amantes do voo livre. Alguns dos destaques turísticos são a Cachoeira do Barrocão e do Ronca, Mirante pedra do Coração que é usada como rampa de voo livre e a Igreja matriz, um exemplo arquitetônico do barroco mineiro.

Bragança Paulista - Linguiça: gastronomia típica de Bragança PaulistaBragança Paulista se destaca por oferecer muitos atrativos de lazer e cultura, além das famosas linguiças, símbolo gastronômico da região que, muito saborosas, são encontradas também sem gordura, com pimenta, seca. A Montanga do Leite Sol, um dos pontos turísticos da região é um local indicado para caminhadas e escaladas, já a Represa do Jaguary é considerada a principal área de lazer e turismo local. A represa é ideal para esportes náuticos, pesca e natação, além de passeios ecológicos, alpinismo e outras modalidades de turismo de aventura.

Guarulhos - Fonte de inspiração para o compositor Adoniran Barbosa na música Trens das Onze, uma referência ao trem da Estrada de Ferro Sorocabana que ligava São Paulo à esta cidade e que passava pelo bairro de Jaçanã, na Capital. Já no campo religioso, sua Padroeira é Nossa Senhora da Conceição. Um de seus destaques turísticos é o Parque Estadual da Serra da Cantareira,considerada uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situada dentro da região metropolitana.

Jarinu - Localizada na Serra da Mantiqueira, a cidade é marcada por picos e morros que atingem 1400 metros. Em seus pontos turísticos destaca-se o Casarão Terra Brasil, casarão histórico que serviu de apoio a expedições dos bandeirantes e expõe em seus muros réplicas dos profetas de Aleijadinho, além da produção de cogumelos, cachaça e vinho.

Joanópolis - Joanópolis, também conhecida como a cidade do “Lobisomem”, está situada nos contrafortes da Mantiqueira, sendo considerada manancial de águas, possui importantes nascentes e a represa do sistema Cantareira que traz um espelho d'água de aproximadamente 50 quilômetros quadrados. A cidade possui um grande potencial turístico através de suas belezas naturais, águas puras, e traçado moderno com belas praças. Um de seus pontos turísticos é o Pico do Lopo, com 1,725m de altitude, que forma a imagem do “Gigante Adormecido”, um dos destaques da região.

Mairiporã - Localizada na Serra da Cantareira, a cidade de Mairiporã possui belezas naturais, clima de montanha e a proximidade com a capital são grandes atrativos para os amantes de ecoturismo e aventura, além do destaque no turismo rural. Destaques turísticos para o Pico do Olho d’água muito procurado por suas extensas paisagens, voo livre, piqueniques e trilhas de downhill, que são das águas que brotam da serra, também é chamado de Morro do Juqueri e é tombado pelo Condephaat. Já a Represa Paulo de Paiva Castro, localizada no centro de Mairiporã, estendendo-se por 10 km até ultrapassar o limite municipal com Franco da Rocha, oferece muitas paisagens cênicas e é muito procurada para a prática de esportes náuticos e pesca esportiva e amadora.

Nazaré Paulista - Localizada na Serra da Mantiqueira, Nazaré Paulista serviu de passagem para os bandeirantes, viveu um período de riqueza com a agricultura cafeeira e hoje está voltada para o turismo ecológico e a agropecuária. Para os que procuram aventura destacam-se a Represa do Atibainha que oferece passeios de barco e a Tirolesa na Pedra do Santuário, uma das maiores do Brasil com dois quilômetros de extensão.

Pinhalzinho - Localizada no Circuito das Águas, oferece um local agradável para o descanso. A cidade jovem que possui apenas 50 anos é povoada por descendentes italianos. Ar de montanha, límpido, com toda beleza complementada por suaves morros, verdes florestas, rios e nascentes de águas hidrominerais são os grandes atrativos aos que buscam qualidade de vida. Os destaques turísticos são: Parque Municipal, Igreja de São Benedito, Pescarias Sistema - Pesque - Pague, Cachoeira do Cardoso e a Cachoeira das Andreas

Piracaia - Piracaia é o paraíso ecológico combinado a um patrimônio histórico e arquitetônico da época de ouro do café, com fazendas, casarões e igrejas construídos no século XIX. O município traz inúmeras cachoeiras, mirantes, represas, além de igrejas e um crucifixo de 14 metros situado em um mirante. Não deixe de visitar as Igrejas Matriz Santo Antônio do Cachoeira e a Nossa Senhora do Rosário e a Gruta Nossa Senhora Aparecida. 

Tuiuti - Localizada a 120 km de São Paulo, e a 25 km de Bragança Paulista, a cidade de Tuiuti possui um clima ameno, uma riqueza em águas, muitas nascentes e uma parte da Mata Atlântica e fauna, preservadas. Todos esses atrativos são um convite para quem busca tranquilidade e segurança para sua família. Em sua maior parte está assentada na Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Pântano, afluente do Rio Jaguari. Suas atrações turísticas são: Parque do Lago, Praça Central, Igreja Matriz, Cachoeira dos Godoy e Fonte de Água Mineral

Vargem - A cidade de Vargem pertencia ao município de Bragança Paulista até 1991, onde foi decretado definitivamente. Localizado nas divisas dos Estados de São Paulo e Extrema/MG, Vargem tem a represa como um dos grandes atrativos turísticos, atraindo a implantação de muitas chácaras e condomínios de alto padrão. Seus principais pontos turísticos são: Pedra do Lopo, Represa do Rio Jaguarí, Fazenda Relíquia, Fazenda Santa Rita, Gruta Nossa Senhora de Fátima.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ecoturismo: Belezas do Petar despertam espírito aventureiro, sem “nocautear” o bolso.


Em pleno início de alta temporada, numa época em que o ecoturismo se torna cada vez mais caro, parque estadual tem opções acessíveis de serviços e hospedagem


Texto: Carlos Rodrigues
Fotos: Nilo Pavarini

Antes inacessível pelos próprios obstáculos naturais e inexistência de estrutura de serviços, agora inacessível devido aos custos.  Assim tem sido o turismo de aventura, em algumas regiões do sudeste brasileiro. A exploração comercial de destinos badalados jogam as contas nas alturas e provocam calafrios, em época de presentes, rematrículas escolares e impostos.

Na segunda reportagem da série sobre a viagem ao Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), Rotas Brasil mostra que o “mundo de pedra” está mais acessível do que parece.

Para quem está na região da Alta Paulista, Vale do Paranapanema ou centro-oeste do Estado as vantagens começam na estrada. Entre os 490 quilômetros (rodovias estaduais e uma federal) de Marília a Iporanga, por exemplo, são apenas duas praças de pedágio, uma delas na rodovia Transbrasiliana (BR-153), em Lupércio, e a outra na rodovia Francisco da Silva Santos (SP-127), entre Itapetininga e Capão Bonito. Uma conta de R$ 10,60 somadas as duas cobranças.

 Outra rota (75 quilômetros mais curta) margeia a divisa com o estado do Paraná a partir de Ourinhos, passando pelas cidades de Fartura, Taquarituba e Itapeva. Nesse caso, apenas um pedágio (R$ 2,60), mas o barato pode sair caro, já que são pelo menos 50 quilômetros de estrada em péssimas condições, principalmente a partir de Itapeva.
 
Superada a estrada, a parte mais maçante da viagem, é hora de aproveitar as diversas belezas do Petar. A cidade de Apiaí, onde existem remanescentes e comunidades quilombolas, é o principal centro urbano em turno do parque. Fica a cerca de 30 quilômetros de distância dos principais núcleos do Petar, onde as cavernas e cachoeiras são os principais atrativos.

Onde ficar?

Na década de 90, quando a psicóloga paulistana Maria Dulce Tournieux “descobriu” a reserva, logo surgiu a ideia de transformar o sítio que havia acabado de adquirir em uma pousada. Ela conta que na época o local era considerado extremamente isolado, um ambiente até inóspito para alguns “urbanóides” mais radicais, porém com o tempo, o turismo científico e, principalmente, o ecológico, deram nova cara para o Petar.

 Havia pouca projeção de retorno para o investimento. “Meu marido chegou a brincar: que hobby caro, hein? Quando eu vinha para cá, precisava trazer absolutamente tudo. Foi um tempo difícil”, lembra a proprietária da pousada Vale do Bethary, que hoje comemora os resultados, como uma das principais alternativas de hospedagem do Petar.

A pousada conta com piscina, apartamentos (12 acomodações para até seis pessoas), com opções de frigobar e ar condicionado, refeitório (somente para café da manhã) e ampla área verde. A fazenda também é dedicada a atividades agrícolas, porém a estrutura receptiva é o caro-chefe e principal fonte de renda do empreendimento.

Dulce conta que, no Petar, a temporada não é bem definida. Durante o ano, o movimento é alavancado pelo turismo científico e pedagógico, nas férias as porteiras (e cavernas) se abrem para os aventureiros. Os serviços são integrados e os grupos recebidos nas pousadas contam com assistência para acionar as empresas autorizadas, que oferecem guias e equipamentos de segurança.

Quando se pensa em exploração de cavernas, logo vem à mente os mochileiros, mas a empresária e psicóloga percebe uma mudança de perfil. “Temos observado um número cada vez maior de casais vindo para cá”, revela. Resultado da valorização do ecoturismo, já que esse público costuma ser mais exigente.

 Mas para evitar frustrações, fica uma dica da equipe Rotas Brasil: um passeio romântico no Petar pode acabar mal, se o casal não se ligar que ecoturismo (especialmente no Vale do Ribeira) não se faz em suíte de pousada. É preciso entrar no clima de aventura e relaxar. Na bagagem não podem faltar repelentes, camisetas “surradas” para detonar e um bom tênis com solado antiderrapante.

Com exceção de alguns quiosques e lanchonetes, o lugar não conta com churrascarias de rodízio e nem praças de alimentação para pedir fast food. O “prato” mais consumido é o popular lanche de trilha, que custa em média R$ 15 (incluindo barras de cereais, frutas e sucos) e oferece uma suficiente dose de energia para substituir um almoço e um lanche da tarde.

Para o jantar no Petar, uma sugestão são os restaurantes rústicos e charmosos, estilo “bicho-grilo”, muito frequentados pelos universitários que durante todo o ano exploram as cavernas. Os grupos vem de universidades de todo o Brasil e chegam a promover uma certa “vida noturna”, em alguns dos principais núcleos do parque.

Os futuros engenheiros e tecnólogos da Unimonte (de Santos) fazem parte deste contingente. O grupo de 34 pessoas conferiu uma expedição nas cavernas, durante a passagem de Rotas Brasil pelo Petar. Para a estudante Edna Duarte, aluna do curso de engenharia de Petróleo, a reserva é também um santuário de informação. “Aqui podemos ver de perto uma excelente amostra da realidade que vamos encontrar durante o trabalho, em campo. Não daria para estudar geologia sem conhecer lugares como este”, afirma.

Na ponta do lápis, em uma equação que some diversão e natureza, subtraindo-se qualquer mau humor com os obstáculos e a infraestrutura em desenvolvimento, o “Parque de Pedra” é mais que viável. Para estudantes, cientistas, aventureiros profissionais ou amadores, o Petar mostra que o esquecido e discriminado Vale do Ribeira é sim um excelente destino turístico.

Camping e agências completam os serviços


Espeleólogo desde 1987, o empresário Sérgio Ravacci de Oliveira passou a ganhar a vida no Petar há dez anos, quando tirou do papel a agência Ecocave. É uma das principais empresas credenciadas para promover vistas às cavernas do parque. A paixão pelas grutas do Alto Ribeira fez com que ele se mudasse para o lugar. O resultado foi uma opção de vida integrada com a natureza.

Ele explica que o parque possui lugares fantásticos, conhecidos por poucos. Algumas cavernas, que possuem boca relativamente estreita, contam com catedrais onde é possível fazer escalada e rapel de dezenas de metros. Para evitar acidentes, a maioria destes pontos está fechada à visitação e há controle rigoroso, tanto para prática de esportes de aventuras quanto para expedições científicas.

 Mesmo com as limitações, as doze cavernas que estão abertas à visitação tem o poder de surpreender o visitante. Para conhecer todo o parque seriam necessárias semanas e uma grande estrutura, em pontos de apoio que podem incluir diferentes pousadas (devido às distâncias).


Com mais de 50 mil visitantes por ano, há muito trabalho a ser feito para garantir a segurança dos turistas no Petar. A missão da Ecocave, explica ele, é garantir que ninguém se machuque e que natureza continue preservada. Para isso, a agência conta com um time de guias qualificados, a maioria graduada em ciências biológicas, aptos tanto no apoio físico e logístico quanto na necessidade de informação dos aventureiros.


 O custo médio é de R$ 40 por pessoa, incluindo equipamentos e seguro de atividade. O empresário explica que acidentes no Petar são raros, porém é seu trabalho evitar que eles aconteçam. “O trabalho é intenso, o número de turistas é cada vez maior, mas não podemos perder o foco na qualidade e nos detalhes. Sem segurança, não há exploração viável”, finaliza Oliveira.

Monitorias – Os visitantes contam ainda com a experiência de homens como Waldemar Antonio Costa, o Dema. Monitor da Fundação Florestal, entidade ligada ao governo do Estado de São Paulo e responsável pela administração do Parque, o guia parece conhecer cada centímetro das cavernas, além de detectar e explicar as mínimas mudanças nas paredes e nos espeleotemas (formações).


Um dos momentos mais interessantes vivenciados durante a expedição da equipe Rotas Brasil foi o convite do guia para uma experiência sensorial em um dos principais salões, no trecho final (aberto à visitação) da caverna Santana. É hora de apagar as lanternas dos capacetes, “ouvir o silêncio”, “enxergar” na ausência total de luz e fazer um exercício de imaginação.

Sob a terra, a centenas de metros da superfície, a sensação é de um encontro consigo mesmo, sob as bênçãos da austera e protetora mãe natureza. A mesma que pune seus filhos com tempestades e desastres provocados pela ingratidão, mas que brinda os “justos” com um espetáculo de contemplação capaz de mexer com todos os sentidos humanos.


Rotas Brasil curtiu

Agência Petar Ecocave
Estrada Iporanga-Apiaí, km 13
Contato: (15) 3556-1574

Pousada Vale Bethary
Estrada Iporanga-Apiaí, km 13
Contatos: (11) 5034-7556 / 9389-1998 /
                 (15) 3556-1126 / (11) 6453-9840

Fundação Florestal
Contato: (11) 2997-5000

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Petar: O "mundo de pedra" no Alto Ribeira

Rotas Brasil explora uma nova fronteira para o turismo de aventura, no portal da serra do mar. Parque ainda pouco explorado abriga o maior conjunto de cavernas do Brasil.


Texto: Carlos Rodrigues
Fotos: Nilo Pavarini

Uma surpresa a cada passo. Uma passagem mais estreita e, repentinamente, uma grande catedral de pedra, com colunas que parecem ter sido entalhadas caprichosamente por um artesão. Estalactites (formações que surgem do teto) e estalagmites, que avançam do chão, entre outros espeleotemas, formam ambientes fantásticos. Nosso destino dessa vez foi o Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), uma reserva de 35.772 hectares, que abrange os municípios de Apiaí e Iporanga, no vale do Ribeira.

O principal atrativo do parque são as cavernas. Após aproximadamente 60 anos de registros oficiais, já foram catalogadas mais de 400, o que faz do Petar o maior conjunto de grandes grutas do Brasil, um paraíso para a espeleologia. É na reserva que está localizada a “Casa de Pedra”, maior boca de caverna do mundo, com mais de 215 metros de altura no sumidouro (entrada).


No “parque das pedras”, a natureza mostra sua força, mas por motivo de segurança, apenas doze das centenas de cavernas quilométricas e labirínticas estão abertas à visitação. Além dos perigos aos aventureiros desavisados, há grande interesse na preservação do local, por isso as normas que regem o Petar são rigorosas e somente visitas monitoradas podem ser feitas.

Mesmo com as restrições, impostas pela natureza ou pelos órgãos ambientais, aos poucos esse potencial extrapola o campo científico e avança em direção ao turismo ecológico. Os ingressos custam a partir de R$ 4,50 (estudantes), mas para explorar o Petar é preciso mais que energia; são permitidas visitas somente na companhia de um monitor qualificado, vinculado a uma agência autorizada. O serviço custa, em média, R$ 40 por pessoa e inclui locação de equipamentos de segurança e seguro de atividade.
 

Atualmente, o Petar está dividido em cinco núcleos. O mais visitado é o Santana, que conta com boas alternativas de hospedagem e áreas de camping. Entre as opções, destaque para a Pousada Vale do Bethary. Localizada no alto da serra, a fazenda está cercada pelo vale do rio Bethary, um dos mais preservados rios da bacia do Ribeira. A cerca de cinco quilômetros da pousada, fica a sede da Ecocave, uma das agências pioneiras na realização das visitas monitoradas às cavernas.

Aventura – A estrutura de serviços receptivos ainda está em desenvolvimento, por isso quem pretende visitar o parque deve estar preparado para uma verdadeira aventura, que começa ainda durante a viagem. Só é possível chegar aos principais núcleos, onde estão localizados os atrativos e a estrutura receptiva, após vencer sinuosas estradas, antigas trilhas de tropeiros e escravos.

Uma das rotas, partindo o interior paulista, passa pela surpreendente SP-164, que liga Apiaí e Iporanga. A estrada de terra, com trechos de saibro, se eleva na serra, margeada por penhascos de até 600 metros de altura. No caminho, pequenas vilas se formam em volta dos vales, com sua população simples e acolhedora.

Em uma maratona de 30 horas, a equipe Rotas Brasil superou o principal roteiro turístico do Petar, considerado pelos guias de dificuldade “moderada”, e visitou os núcleos Santana e Ouro Grosso, localizados perto do Vale do Bethary.

No núcleo Santana, uma surpresa logo na chegada: um mirante com uma rosa dos ventos no chão guarda o mistério de uma região que emana energia. No centro da imagem, com o corpo voltado para o norte, é possível sentir a vibração da própria voz e uma pressão energética sob os pés. Os guias desconversam, brincam e dizem que a estranha sensação é provocada pela magia do lugar, nada que a física e a geologia não possam explicar, mesmo assim, especialistas e guiam preferem manter o mistério.

A experiência na rosa dos ventos mostra que o Petar vai muito além das cavernas. Visitas a cachoeiras, passeios por trilhas, banhos em piscinas naturais, rapel, tirolesa e bóia cross, são algumas atrações em vários núcleos, especialmente no Santana.

A facilidade de acesso às fantásticas cavernas também fazem da unidade a mais movimentada. Na caverna Santana, o turista pode fazer um percurso de até 800 metros. A partir disso, somente pessoas autorizadas (normalmente pesquisadores) tem permissão para ultrapassar.

O monitor da agência Ecocave e biólogo, Gilmar Rodrigues, foi um dos guias da nossa expedição. Ele explica que esse tipo de formação natural é um exemplo da ação das águas sob as rochas. As cavernas do Petar foram escavadas ao longo de milhões de anos, por rios e pela água da chuva.

 

No interior das fendas, a mesma ação das águas esculpe os espeleotemas, em grupos característicos, de acordo com o minério que o compõe. Em média, são necessários 50 anos para que uma formação seja ampliada em um centímetro. Fica difícil até imaginar o tempo necessário para o gotejamento criar colunas (encontro de estalactites e estalagmites), cortinas e formas inusitadas, que na imaginação humana imitam objetos do cotidiano na superfície.

 Muitos mitos, que permeiam o imaginário popular, caem por terra rapidamente. A exploração revela que a claustrofobia (medo de locais fechados) raramente pode ser empecilho, pelo contrário, pode ser superada durante experiência numa caverna. A temperatura média é de 17 graus, com muita umidade, e as condições do tempo no ambiente não tem nenhuma interferência imediata nesse tipo de espaço.

Em algumas cavernas (as mais adequadas para o turismo), são poucas passagens estreitas. Algumas intervenções nas áreas abertas a visitação, como escadas e passarelas, ajudam o trânsito e tornam ainda mais remotos os riscos de acidentes. Apesar da rica fauna, no interior das fendas, poucos animais são avistados.

 
Além da contemplação visual, há algumas atrações sensoriais à parte. O constante gotejamento ou o toque sutil em um espeleotema são capazes de produzir acordes. Em outros salões de pedra, o silêncio mostra que nunca é absoluto e alguns dos sons mais sutis da natureza podem ser revelados.

Poucos ambientes como uma caverna, podem proporcionar a experiência da ausência total de luz. Aparentemente inóspitas, as grutas do Petar são perfeitas para um encontro autêntico com a natureza.


Parque investe em organização

Administrado pela Fundação Florestal, uma instituição vinculada à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o Parque Petar conta com um gestor especializado e uma equipe de monitores.

Para dar mais comodidade ao turista, o parque faz obras de melhorias (pontes, passagens e estrada), licitou nova concessão para uma lanchonete e tem ampliado o espaço do visitante, onde é possível descansar, fazer refeições, consultar mapas, catálogos e informações sobre a reserva.

O biólogo Luiz Rodrigo Pisani Novaes, responsável pela administração, afirma que tem sido feitos vários investimentos para melhoria da estrutura, ampliação da segurança e maior divulgação do Petar, para atrair um “turismo qualificado”.

Reduto de pesquisadores, estudantes e aventureiros experientes, o Petar quer atrair turistas que nunca sonharam em entrar numa caverna. Mas para isso, é preciso divulgar, na mesma proporção, a consciência da preservação e das regras que regem o parque. “Temos leis federais a cumprir, por isso é preciso muita responsabilidade nas visitas”, afirma.

Novaes destaca ainda que algumas regras simples, como limitação de número de visitantes por grupo (restrições variam de acordo com cada núcleo), uso de equipamentos de segurança, horários de visitas, cumprimento integral do roteiro e respeito às determinações dos monitores devem ser observadas.

Do Petar, levam-se apenas fotos e recordações. Cada objeto ou organismo vivo da fauna e flora deve permanecer no seu ambiente, sujeitos apenas à intervenção da natureza.

Na próxima semana, Rotas Brasil publica a segunda reportagem dessa série, com detalhes de outros locais do parque e especialmente dicas de hospedagem e monitoria, além de informações sobre itinerário e custos da viagem.

Rotas Brasil curtiu

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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fazendas Históricas: vitrine do turismo rural paulista


A coluna Rotas Brasil publica mais uma reportagem da série especial destinos paulistas, produzida pela Secretaria de Turismo do Estado. O texto que segue foi preparado a partir de uma experiência que visa a divulgação e valorização de São Paulo, uma iniciativa que merece apoio da nossa coluna.


Fazenda Monte Belo, em Itu; propriedade histórica (Foto: Maristela Bignardi)
Texto: Maristela Bignardi

O prazer de despertar com o cheiro do café torrado, recém-coado, para em seguida ter a oportunidade de conhecer o processo de torrefação, é um dos inúmeros atrativos das fazendas históricas paulistas que são verdadeiras fontes de conhecimento e de preservação do patrimônio rural. Mesmo porque elas já foram cenário da primeira pujança econômica do Estado de São Paulo, com a cultura do café.

Das cinco mil propriedades rurais existentes no Brasil, 800 estão erguidas em solo paulista e o turismo rural passa por elas que estão perfeitamente aptas a receber seus visitantes que, com certeza, terão lazer, entretenimento e muita história em propriedades dos séculos 18, 19 e 20. Os fatos do passado oriundos da aristocracia rural aliados a estes patrimônios arquitetônicos preservados agora estão ao alcance dos turistas interessados na vida no campo. E a oferta de serviços é ampla, muito além da hospedagem, envolvendo comida típica da roça, passeios a cavalo, trilhas na mata, observação de aves, cavalgadas na lua cheia e até jantares com serestas e moda de viola no alpendre das fazendas.

Verde em destaque; cuidado em cada detalhe ((Foto: Maristela Bignardi)
Em 2007 foi lançado o  roteiro que inclui 13 fazendas ainda preservadas e unidas na Associação Fazendas Paulistas. Basta acessar o site  www.fazendaspaulistas.com.br  para  se ter conhecimento sobre a história das fazendas, o que oferece ao turista e como chegar ao local.

Tudo muito simples. Importante ressaltar que, ao mesmo tempo em que o turismo rural tem a capacidade de manter o homem no campo, valoriza o meio ambiente integrando a cidade e o campo encorajando a troca de valores culturais. Estas propriedades rurais são muito importantes para que a geração atual mais urbana tenha contato com suas raízes, já que muitas crianças e jovens de hoje tiveram seus pais, avós e bisavós morando no campo e nestas antigas fazendas.



Mobiliário é uma atração a mais (Foto: Maristela Bignardi)
 Para o secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Cláudio Valverde, “a ação de receber turistas na área rural é sempre bem-vinda, pois se trata de uma renda adicional para manter a fazenda e agrega valor ao produto agrícola, já que o proprietário pode continuar a produzir o que sabe fazer bem. Se faz chocolate, doces em conservas ou artesanato, pode aumentar e diversificar essa produção. Não precisa criar algo novo, mas investir no que faz bem”.


Hospedagem


Chácara do Rosário Ruraltur Turismo - Propriedade histórica com mais de 250 anos, casa sede estilo bandeirista, engenho de açúcar de 1756, hoje transformada em espaço cultural. Tem cavalos de diversas raças e gado de corte. Fácil acesso ao lado da cidade de Itu. As atividades principais são cavalgadas e cavalgada da lua cheia, eventos para empresas e grupos, turismo pedagógico e casamentos. Para hospedagem é necessário consultar previamente. Informações pelo e-mail info@rural.tur.br ou pelo telefone (11) 9.9607.7483 - site: www.rural.tur.br

Campo com conforto e lazer (Foto: Maristela Bignardi)

A Fazenda Capoava é outra opção.  Formada no século 18, foi transformada num imponente hotel fazenda com restaurantes, área para realização de eventos, espaço cultural, passeios a cavalo, quadra de tênis. A propriedade tem programas ecológicos e de sustentabilidade. Mais informações no www.fazendacapoava.com.br

Nessa rota, outra recomendação é a Fazenda Cana Verde, do século 19. Hoje produz principalmente café, milho, carneiros e feno. Tem 22 chalés para hospedagem sendo seis com hidromassagem. Possui restaurante com comida típica de fazenda, piscina, sauna e sala de ginástica e campos de polo com jogos aos finais de semana. Informações www.fazendacanaverde.com.br

Os turistas podem conferir ainda a Fazenda Vassoural. Do século 18, ainda conta com engenho de açúcar e máquina de beneficiar café do século 19. Atualmente é palco de grande número de casamentos e eventos. Próxima à cidade de Itu. Para hospedagem é necessário consultar previamente. - Informações www.fazendavassoural.com.br
Vista do meio rural; pausa na acelerada rotina urbana (foto: Maristela Bignardi)

Ainda em Itu, é possível conferir a Fazenda Monte Belo. Propriedade histórica com sede e máquina de beneficiar café do século 19. Há hospedagem para temporadas. Tem piscina, quadra de tênis, salão de jogos, quatro suítes e casa sede com três suítes. Facil acesso, próxima do centro de Itu. Informações no www.fazendamontebelo.com.br



Cuidado com os animais; (foto: Maristela Bignardi)
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Secretaria de Turismo de SP
www.turismo.sp.gov.br
Tel.: (11) 3709-1654